Qual é a origem do pé de moleque? Curiosidades sobre o doce!

É muito difícil conhecer alguma pessoa que não goste de amendoim – a não ser as alérgicas, e nesse caso sentimos muito! Em qualquer apresentação, o amendoim é perfeito, e em pratos doces, então, nem se fala! Na contramão, encontramos pessoas que jamais provaram rapadura, doce típico árabe muito consumido na Europa e no nordeste brasileiro, igualmente incrível.

Mas e o mix de amendoim torrado com rapadura, você conhece? Acredita que não? Pois nós estamos aqui para te provar que além de conhecer muito bem, você ainda lambe os lábios com essa delícia tipicamente brasileira.

Espera aí, e o nome “pé de moleque”, de onde veio?

Essa iguaria teve sua origem na época colonial brasileira, em meados do século XVI com ao advento da cana-de-açúcar no país na Capitania de São Vicente, e eram vendidos como quitutes nas feiras de rua. O doce era feito e deixado para “descansar” nas bancadas, e foi justamente em uma ocasião como essa que o nome tomou forma!

A molecada da época – bem como as de hoje em dia – tinham seus momentos de arte e travessura, logo, quando ao passear pelas bancadas e verem aqueles doces pairando sobre a mesa sem supervisão das quituteira, mais que rápido corriam e desfalcavam a mesa, saindo correndo com os doces.

As quituteiras, a fim de avisar os moleques arteiros que não era preciso furtar os doces, gritavam em alto e bom som: “pede, moleque!”. Essa cena se repetiu tantas vezes que o batismo oficial do nome “pé de moleque” se deu pelo uso cotidiano da expressão, que foi passada de geração em geração, se difundindo pelo Brasil todo sendo habitualmente usada até hoje!

Existem outras peculiaridades no nome dessa guloseima. Após a propagação dos gritos de “pede moleque”, começaram a ser notadas mais ligações ainda entre a aparência do doce e os pés descalços da molecada: por andarem sem sapatos por muito tempo, os pés das crianças acabava por ser “cascudos” e pouco delicados.

E não para por aí, no Brasil colônia obviamente não haviam calçadas e ruas de concreto, logo, a maior parte dos calçamentos urbanos era formado por pedra irregulares, que era colocadas ali para facilitar a passagem de carroças e cavalos em dia de chuva, por exemplo.

Já ficou claro porque essa informação pode ser interligada ao nome pé de moleque, mas caso não tenha ficado, nós desmistificamos para você: as pedras irregulares posicionadas no chão lembram o aspecto da iguaria!

Muito legal, não é mesmo? Coisa típica de brasileiro inventar nomes a partir de expressões, metonímias e fonéticas do dia a dia. Que cultura rica!

A “pura joia mineira”

Podemos afirmar que o melhor pé de moleque é encontrado – e vem aqui para a Mercadoce – diretamente de Minas Gerais! Tanto é verdade que uma pequena cidade chamada Piranguinho, no sul de Minas Gerais, tem o doce enraizado em sua cultura e é considerada a Capital Nacional do Pé de Moleque.

Olha, há quem diga que pé de moleque é um doce de pessoas sem muitas condições financeiras e, de fato, inicialmente era uma das únicas guloseimas que os mais pobres conseguiam ter acesso. Mas hoje em em dia o pé de moleque é visto como o favorito de toda a população brasileira!

Tão benquisto que até mesmo Carlos Drummond de Andrade – sim, aquele poeta famosíssimo – declarou o pé de moleque como a pura joia mineira, e também pudera, né, nada se compara ao gostinho e a crocância de um doce tão saboroso e viciante!

O pé de moleque e a festa junina

Dominada a história do pé de moleque, a capital do pé de moleque no Brasil e o engraçadíssimo surgimento de seu nome, vamos à ligação íntima que esse doce tem com as tão amadas festas juninas e julinas!

Como já sabemos, essa iguaria é de origem árabe, bastante consumida na Europa – principalmente em Portugal –, mas especialmente aproveitada nas típicas festas juninas do nordeste do Brasil. Explicamos porque.

As comidas típicas do nordeste, para esse tipo de evento, têm como base milho, amendoim e cachaça. Não há nenhuma lei que diga que alimentos preparados dessas bases não podem faltar, mas seria um crime não os ter para degustação!

Nesse sentindo, por ser o amendoim super presente nos festejos em homenagem a São João e Santo Antônio, o pé de moleque foi incorporado ao cardápio extenso com maestria! E, curiosidade: por serem estas festividades introduzidas na cultura brasileira pelos colonizadores portugueses, também assim foi o pé de moleque, e por isso ele é indispensável em toda e qualquer festa junina desde o século XVI.

Receitinha para matar a vontade!

Poxa, depois de tanto ler sobre esse doce saboroso e crocante, é impossível não querer comer um agora mesmo! Vamos te ajudar nisso e te ensinar uma receita rápida, fácil e prática de pé de moleque, digna de festa junina, hein! Até Drummond iria amar!

Primeiramente, tenha – ou compre aqui na mercearia da Mercadoce – ingredientes de qualidade! Para um rendimento de 12 porções e um preparo de 15 minutinhos, vamos precisar de:

  • 200g de amendoim torrado e sem casca;
  • 1 e 1/2 xícara de chá de açúcar;
  • 1 colher de sopa de manteiga (sem sal e sem açúcar);
  • 1 lata de leite condensado;

O modo de preparo é muito simples e qualquer pessoa pode fazer, de crianças (com supervisão, porque vai ao fogo) à adultos. Aqui vão os 7 passos para o pé de moleque perfeito:

  1. Em uma panela de alumínio um pouco mais grossa você vai colocara porção completa de amendoim torrado e todo o açúcar;
  2. No fogo baixo, mexa os ingredientes até o açúcar derreter e encorpar, formando uma espécie de caramelo envolvendo o amendoim;
  3. Depois, desligue fogo e adicione a colher de sopa de manteiga e mexa até incorporar;
  4. Adicione o leite condensado e força no braço: mexa até ficar homogêneo;
  5. Unte uma vasilha, pedra ou forma ou faça uso de papel manteiga;
  6. Com a ajuda de uma colher (porque você deverá trabalhar com a massa ainda quente) pegue uma boa quantidade e coloque espaçadamente na superfície selecionada;
  7. Espere esfriar e sirva! Tá prontinho e delicioso!

Uma dica extra: você poderá substituir o trabalho de separar porções com uma colher colocando toda a receita ainda quente em uma forma coberta com papel manteiga e, após esfriar, cortar em pedaços retangulares tal qual o pé de moleque tradicional.

Gostou do post? A Mercadoce é uma loja que acolhe a todos e sempre trás novidades para suas clientes! Por isso, continue acompanhando nossas publicações, pois sempre temos doces dicas para você! Até a próxima.

Há mais de 30 anos no ramo da confeitaria, Amelinha dedicou sua vida à loja Mercadoce. Sempre com muito respeito e empatia, compartilhou seus conhecimentos e aprendeu com fornecedores e clientes ao longo dos anos.

Deixe um comentário